A Diretora Do Instituto De Máscara

A magreza extrema do corpo feminino como perfeito de graça e tua imposição como modelo de moda que se vincula com um feito criador e visionário de Coco Chanel. A partir de uma imagem corporal transformada na fome, que evidenciaba os estragos da Primeira Luta Mundial, equipadas com a Segunda, ela conseguiu impor estas figuras desnutridas como modelos estéticos.

Realmente compensa lembrar a história dessa mulher: vítima de uma infância marcada pelo abandono, desnutrida –nasceu em um hospício–, chegou de criancinha para casa de umas tias, que lhe ensinou a costurar. Em 1905, no momento em que tinha vinte e dois anos, decidiu tornar-se uma cantora de cabaré. Os distintos cavalheiros que a mantinham lhe diziam Coco, o animal de estimação.

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Em 1920, abriu em Paris a moradia Chanel. Começou a conviver com artistas e homens ricos, amores passageiros. Chanel desenvolveu um projeto de roupa que ficou universal: o trajecito; emblema, máscara feminina de toda a reunião política, acadêmica, de negócios; cartão de exposição das mulheres de hoje, passaporte pro mundo do trabalho. Recepcionistas, empregados, bancários, professores, representantes, escribanas, enfermeiros, deputados, policiais, jornalistas, presidentes: mulheres e mulheres mascaradas em menores trajes Coco. Organismo chato; seios sem marcar; pollera reta sem sublinhar quadris; golas de camisas sobre isto suportes de sacos escuros.

Corpos asexuados mas com fatos atribuíveis ao “feminino”, um fino colar, uma delicada pulseira. As indústrias do vestuário, cosméticos e da publicidade dão maneira a um corpo feminino que, como a mítica loja do Bon Marché, oferece em suas vitrines a imagem típica da mulher de categoria média atual. A moda a todo o momento é de classe social e de acesso a ela tem um valor alto, não apenas a nível económico: psicológico, físico, social.

daí a relevância que adquirem as marcas. As marcas de produtos de moda são uma forma de selar o corpo como se marca gado: você pertence a esse proprietário, designer, estilista, fabricante; o nome costuma ser a face percebível das grandes empresas multinacionais.

Sendo assim, no pós-disputa, o corpo local, que era próprio de cada comunidade, passa a ser um corpo humano em ação e se constitui em um modelo de identidade internacional, cosmopolita e “universal”. Aqueles corpos dos campos de concentração, os corpos dos sobreviventes famintos, ficam frente a frente com os novos corpos de moda, manequins vivos e os falecidos. É o mesmo corpo que, vítima da desnutrição, das batalhas, da agressividade e da ociosidade, expõe e esconde tua magreza de miséria em frente ao outro, que deslumbra e orgulho nas passarelas.

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